A comunidade pode fazer um IFSP melhor


Sorocaba: audiência discute na Câmara o destino da EM Matheus Maylaski

24/05/2017 16:56

Por Equipe On-line do Cruzeiro do Sul

A secretária de Educação de Sorocaba, Marta Cassar, apresentou nesta quarta-feira (24) durante audiência pública na Câmara de Vereadores, propostas para solucionar o impasse criado com a necessidade de expansão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Pais de alunos da Escola Municipal Matheus Maylasky têm manifestado indignação com a possibilidade do IFSP assumir como sede o prédio da escola, com a transferência dos estudantes para outras unidades.

A secretária destacou que o município não quer perder a chance de viabilizar a ampliação dos trabalhos do IFSP, que poderá incluir até cursos superiores e de extensão. Porém, quer também manter o Maylasky -- mesmo que em outro prédio. Segundo Marta, atualmente o Maylasky atende pouco mais de 740 alunos da região central da cidade. Com uma possível transferência desses estudantes em 2018, outras unidades da área deveriam absorvê-los, como a Escola Municipal Leonor Pinto Thomaz e a Monsenhor João Soares -- que hoje é estadual, mas que a Prefeitura pretende municipalizar. O problema é que as duas unidades ficam a mais de 2 quilômetros das instalações atuais do Maylasky, o que exigiria por lei que o município oferecesse transporte escolar aos estudantes. "O que custaria para a Prefeitura um alto valor. Dinheiro que nós não temos. Nosso transporte está 100% comprometido com os alunos que moram nas regiões rurais e com os alunos residentes do Carandá", disse.

Ao instituto, a secretária apresentou quatro alternativas. A primeira seria a cessão de um terreno municipal na região do Éden para que o IFSP construa uma sede, com recursos próprios. A segunda seria que, em caso de a Prefeitura de fato ceder as instalações do Maylasky, os alunos formandos do 9º ano teriam direito a vaga nos cursos técnicos do IFSP. Nessa possibilidade, os atuais estudantes seriam transferidos para outros locais, sendo que a Monsenhor João Soares poderia até mesmo assumir o nome Matheus Maylasky. Outra possibilidade seria o uso compartilhado do "complexo Maylasky", que inclui a escola, o antigo refeitório e áreas administrativas da antiga Ferrovia Paulista (Fepasa), sendo que os dois últimos já pertencem ao IFSP, mas necessitam de amplas reformas. Por fim, Marta propõe a utilização compartilhada da Monsenhor João Soares, com aulas da rede municipal de ensino e do IFSP pela manhã, e uso pleno do instituto à tarde e à noite.

O diretor do IFSP, Denilson de Carmago Mirim, afirmou que a decisão do instituto será apresentada pela reitoria ao prefeito em reunião do dia 6. Contudo, adiantou que não há verbas para a construção de uma sede no momento. Ele disse ainda que a localização do Maylasky é considerada melhor, com a proximidade de um terminal de ônibus. Denilson lamentou também a instabilidade sofrida pelo instituto com a falta de uma sede (hoje funcionam em área da Universidade Federal de São Carlos - Ufscar) . "Estamos em uma situação de vulnerabilidade", disse.

As mães de alunos do Maylasky, no entanto, vêem como única opção a permanência dos estudantes no prédio atual. "Somos contra tirar os nossos filhos do prédio que estão estudando desde os 6 anos. Há de existir uma maneira coexistirmos em paz", disse Kelen Pavani.

A audiência contou com a presença de funcionários, alunos e pais de ambas as instituições educacionais e o ex-prefeito Paulo Mendes, responsável pela municipalização do Maylasky. A audiência foi solicitada pelo vereador João Paulo Miranda (PSDB), ex- aluno da escola. Ele explicou que, particularmente, defende a permanência dos alunos no prédio. A reitoria do IFSP se reunirá com o prefeito José Crespo (DEM), no dia 6 de junho, para apresentar seu posicionamento perante as propostas e seu plano de expansão. No dia 30 de junho, o prefeito deve anunciar a sua decisão.

Comodato

O então Instituto Educacional Matheus Maylasky foi cedido ao município em 1996, por meio de comodato com prazo de 30 anos. Ou seja, em 2026, deverá voltar à administração da União ou ter o contrato renovado. "Essa polêmica toda que estamos vivendo hoje, voltará a se repetir em 2026", comenta a secretaria de Educação. Para ela, a cidade deve pensar hoje em como absorverá a demanda educacional da região futuramente.

—————

Voltar