
A comunidade pode fazer um IFSP melhor
O aborto da expansão da Educação Profissional Tecnológica do IFSP
13/10/2015 11:47Por Thalita Di Bella
O Fórum da Expansão do IFSP, realizado nos dias 8 e 9 de outubro, no Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba é o segundo evento que discutiria o crescimento do IFSP. Surpreendeu, na abertura do evento, os organizadores dizerem que o primeiro encontro, em 2014, debateu a missão do IFSP. Depois de quase sete anos da lei de criação dos institutos federais (IFs), estão em busca da missão da Instituição.
Para falar sobre o assunto, dois integrantes do Ministério da Educação foram convidados: Luciano Toledo, da SETEC, e Caetana Rezende, que fez parte da SETEC à época da implementação dos institutos federais e agora está no MEC, ainda que em licença qualificação para o doutorado. Por conta da troca de comando no ministério, o primeiro não compareceu.
Caetana Rezende lembrou alguns fundamentos da Lei n.º 11.892/2008, que é a Educação Profissional Tecnológica (EPT) e que os institutos federais atuam em diferentes segmentos educacionais. Os caminhos que o IFSP vem trilhando são tão tortuosos que o essencial de sua criação tornou-se quase uma novidade no evento.
Falou-se do ensino médio, do foco desse segmento para o acesso às universidades, da crise entre oferecer a qualificação profissional que o mercado de trabalho espera e a formação cidadã do aluno. Destacou-se que quem dita as normas da EPT não é a rede federal e não é um ente público. Está aí um dado soberano da realidade.
Recentemente, o Brasil conquistou o primeiro lugar na 43.ª edição do Worldskills, competição que reuniu 1200 competidores vindos de 62 países para escolher os melhores profissionais entre 50 ofícios técnicos. Dos 56 jovens que participaram, nenhum era do IFSP ou de qualquer outra escola técnica pública. Cinquenta eram formados pelo Senai e seis, pelo Sesi.
Dos oito milhões de jovens que cursam o ensino médio no País, apenas algo em torno de 1,5 milhão está vinculado a EPT. Desse total, a influência de atuação do IFSP não passa de 25 mil alunos. Só essa informação valeria o debate da expansão.
É nítido que o campo de atuação existe. Desde a criação dos IFs a ideia é incentivar a EPT e a expansão, com todos os problemas pertinentes ao crescimento (crescer dói!), é um caminho importante a ser trilhado pelo IFSP.
No entanto, na semana passada vimos a dispensa de gestores dos campi avançados. A justificativa é a crise econômica, a falta de recurso, de apoio...
Um momento! Os anos de 2013 e de 2014 representaram os de maior orçamento para o IFSP. Os “pacotes” de instalação dos campi chegaram, os cargos, os prédios e agora a justificativa é de que falta apoio e a sua abertura compromete o desempenho dos que já estão abertos. Fizeram o aborto da expansão da Educação Profissional Tecnológica do IFSP e fica por isso mesmo?
Campus Presidente Prudente com atividades suspensas
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