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Nenhum a Menos: o problema do Ensino Técnico Integrado no Campus São Paulo do IFSP
27/10/2015 18:11Na última semana de setembro, ocorreu uma forte mobilização de servidores e estudantes no Campus São Paulo do IFSP e teve um lema: “Nenhum a Menos”. A manifestação foi referente a uma possível troca de 3 turmas de técnico integrado para 3 turmas de técnico concomitante ao ensino médio.
De um lado, os contrários à mudança alegavam a importância do oferecimento de turmas de técnico integrado, sendo citada a prioridade estabelecida na lei de criação dos institutos federais (Lei nº 11.892/2008).
De outro lado, os defensores da troca alegavam que os atuais cursos técnicos integrados - com duração de 3 anos e 3.506 horas de aulas - estão com problemas e apresentam elevada evasão, sendo o excesso de carga horária semanal apontado como uma das causas.
A discussão – muitas vezes acalorada – levou a uma acentuada divisão entre os docentes do Campus São Paulo. Neste contexto, o Pró-Reitor de Ensino (PRE) do IFSP apresentou uma proposta: alterar a duração dos cursos técnicos integrados de 3 para 4 anos. A proposta foi subitamente aprovada pela direção do Campus São Paulo e representa uma volta ao passado.
No Campus São Paulo, até 2012, os cursos técnicos integrados tinham a duração de 4 anos. Porém, nesta época, foi identificado que esses cursos apresentavam uma acentuação da evasão no último ano. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi apontado como uma das principais causas, pois, em 2009, passou a ser utilizado para o ingresso no ensino superior e poderia ser feito pelo estudante ao final do terceiro ano.
Em tempo recorde, a proposta da PRE foi incorporada ao edital do vestibulinho e as turmas de ensino técnico integrado de 2016 do Campus São Paulo terão duração de 4 anos.
Mas esse novo/velho curso foi aprovado pelo Conselho Superior? Mais ou menos, a ideia da PRE é dar uma “garibada”, até o dia 6.11.2015, no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) que foi aprovado no longínquo ano de 2008. Para essa tarefa, a PRE recomenda a criação de, apenas, 4 comissões.
“Nenhum a Menos” também é o nome de um excelente filme chinês que mostra a luta de uma garota contra a evasão de estudantes de sua escola. O nosso “Nenhum a Menos”, apesar do mesmo nome, pouco contribuirá sobre evasão.
Em tempo, caso seja adotado em São Paulo o modelo defendido pela PRE, haverá um aumento de 400 horas de aula por curso, criando a necessidade da contratação de 10 docentes ou um incremento significativo na carga horária de trabalho dos atuais professores.
Leia também:
- O excesso de carga horária do ensino técnico e seus desdobramentos no IFSP
- As amarras do ensino técnico integrado no IFSP
Nenhum a Menos: filme de Yimou Zhang, China (1999)
Nenhum a Menos: Manifestação no Campus São Paulo (2.10.2015)
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