A comunidade pode fazer um IFSP melhor


IFSP com a memória fora do lugar

03/07/2017 20:08

Amanhã (4.7.2017), haverá reunião do Conselho Superior do IFSP. Um dos temas é a “Proposta de construção do Centro de Memórias do IFSP”. A proposta partiu da “reitoria” e, como de costume errado, não foi discutida com a comunidade do IFSP.

A proposta do Centro de Memórias poderia ser elogiada, mas possui um erro que vai contra a própria natureza de criação desse centro: que é a memória.

O recomendável é que esse tipo de equipamento seja instalado onde ele tenha significado, onde ele faça parte de um contexto histórico, ou seja, onde ele tenha memórias. Apenas por essa simples análise, pode-se concluir que o local mais indicado para instalação do “Centro de Memórias” é o Campus São Paulo.

O Campus São Paulo é um dos mais antigos de toda a rede nacional, com 107 anos de história, e sempre foi um local de referência nacional de qualidade na educação profissional.

Dentro do IFSP, o Campus São Paulo é o que possui a maior estrutura e é o que tem o maior número de servidores, possuindo especialistas em gestão de documentos e, até mesmo, especialistas em história do IFSP.

Ainda o Campus São Paulo possui três cursos superiores que poderiam abrigar e desenvolver pesquisas de alto nível com o “Centro de Memórias” que são: “Tecnologia em Gestão de Turismo”, “Licenciatura em Geografia” e “Arquitetura e Urbanismo”.

Além desses fatores internos, destaca-se o contexto regional ao qual o campus está inserido. O Campus São Paulo situa-se na região da Luz que possui uma relevante história ligada à educação profissional e tecnológica – talvez a mais importante do nosso país.  Foi nessa região que surgiram importantes instituições: o Liceu de Artes e Ofícios, a Escola Politécnica (USP), a Escola de Belas Artes de São Paulo, a Fatec-SP e o próprio IFSP (o primeiro endereço da instituição foi na região da Luz).

Apesar de toda essa história, a proposta da “reitoria” é instalar o “Centro de Memórias” na unidade do IFSP de São Miguel Paulista, que é a unidade mais nova do IFSP (como assim?).

Eu conversei com algumas pessoas da “reitoria” para saber o porquê dessa escolha. A principal resposta é que em “São Miguel” há espaço.

Há outros pontos que devem ser avaliados: será que a comunidade de São Miguel Paulista deseja ter um “Cento de Memória do IFSP”? Qual será o significado desse equipamento para essa região da cidade de São Paulo?

Talvez o Reitor do IFSP queira instalar esse “centro” em São Miguel em razão do perfil dos servidores que estão lotados lá neste momento. Mas isso é um enorme erro! Não podemos pensar em ações tão importantes para IFSP com base em poucas pessoas e sem – de fato – discutir com nossas comunidades internas e externas.

Para finalizar, eu faço um pedido direto ao Reitor do IFSP (eu sei que ele lê o que eu escrevo!): deixe essa decisão para o PDI. Você sabe como há pessoas que amam a história do IFSP, não deixe que nossos “objetos e documentos” se percam de seu contexto.

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