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A comunidade pode fazer um IFSP melhor
Divisão do IFSP: por que é uma má ideia
20/01/2016 14:33No final de 2015, não bastassem as agitações causadas pela interrupção e posterior confirmação da suspensão dos trabalhos da Estatuinte, a Reitoria trouxe mais um movimento unilateral acerca de um tema de grande interesse da comunidade: a possível divisão do IFSP.
Segundo a proposta, o IFSP seria dividido em quatro institutos federais que atuariam de modo independente um do outro dentro do Estado de São Paulo, nos moldes de como já acontece em outros estados, como Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e outros.
O principal motivo para esta medida seria a dificuldade de gerir uma instituição com tantos servidores, tantos campi, tantos alunos... Bem, se é difícil gerir algo assim, é melhor recomendar a divisão do Ministério da Educação, que lida com a Rede Federal formada por 38 institutos federais e mais de 560 escolas em todo o País.
Ainda que haja uma subdivisão que cuida especificamente da educação profissional tecnológica dentro do MEC, que é a Setec, esta também é um órgão que se vê a frente de um trabalho grandioso, incluindo-se neste adjetivo também a ideia da dimensão do Brasil.
O que fazer diante de uma estrutura avolumada? Algumas ações que aconteceriam naturalmente com o desenvolvimento dos institutos federais ao longo dos últimos sete anos foram adotadas. Delegar aos campi a responsabilidade por seus próprios setores de gestão de pessoas, suas áreas de licitação, de ensino e sua responsabilidade por pensar e elaborar os projetos pedagógicos de curso é o esperado. Por que não estaria dando certo no IFSP a ponto de que a melhor solução seria sua divisão?
Ao recordar as decisões da Reitoria tomadas em 2013, 2014, 2015 será possível vislumbrar um motivo: a inconstância de suas ideias e propostas. Convicção não é o forte desses gestores.
Em 2013, a aprovação em massa e o incentivo aos cursos nos moldes do FIC/Pronatec mostraram que o IFSP, embora criado e voltado para o ensino técnico profissionalizante e para a educação básica, estava fadado a ofertar cursos rápidos para a qualificação profissional muito diversa das propostas de seus eixos tecnológicos. Para entender o deslocamento dessa proposta, basta ver alguns dos cursos que foram aprovados pelo IFSP: depilador, cuidador de idoso, preparador de doces e conserva, artesão de pintura em tecido, açougueiro e disc jockey.
Em 2014, a proposta da Reitoria era expandir a quantidade de escolas que comporiam o IFSP. Diversos acordos foram assinados. Fotos registrando momentos históricos para as cidades e regiões que receberiam escolas do IFSP foram publicadas. Seguindo as evidências, a proposta de educação para o IFSP era aumentar sua presença no Estado de São Paulo e atrair ainda mais gente com a oferta dos cursos rápidos do Pronatec. Em outras palavras, era para crescer e atuar em larga escala.
Em 2015, tudo mudou. A proposta de expansão e dos cursos rápidos sumiu, decidindo-se que o ensino básico fosse integral, com a presença do aluno o dia todo na escola. A Reitoria fomentou a oferta de curso técnicos que atingiam quase 4000 horas. Acompanhada desta decisão veio o complemento de uma proposta como essa: a construção de ginásios e de refeitórios para os campi.
Ao final de 2015, outra mudança. Viu-se que a ideia não era boa. Timidamente, à boca pequena, começou a correr entre os diretores e gestores que o custo de um aluno de um curso com mais de 3200 horas não era coberto pelo orçamento do governo, acarretando despesas com as quais o IFSP não poderia arcar por ter optado, deliberadamente, ofertar um curso com carga horária em excesso.
“Nenhum vento sopra a favor para quem não sabe para onde ir” atribuem a Sêneca a brilhante frase, que resume também o que se vive hoje no IFSP.
Como pensar que dividir o IFSP pode ser uma boa ideia se os planos mudam ao sabor das vontades e das conveniências?
Depois de dividido, os problemas certamente serão os mesmos porque não é o seu tamanho que atrapalha sua gestão. É a falta de clareza sobre o que se quer para o IFSP que o impede de ter uma gestão a altura de sua importância.
Por Thalita Di Bella - Revisora de textos - Campus Cubatão
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